O Conselho Comunitário e as Associações de Caraíva manifestam sua indignação e repúdio à campanha de marketing realizada pelo Grupo Boticário em nossa vila. Estamos perplexos com a falta de comunicação prévia, desrespeitando nossa autonomia garantida pela OIT 169.
Além disso, consideramos a propaganda como extremamente machista, desrespeitando conceitos fundamentais como o combate ao turismo sexual, uma questão que demanda constantes esforços por parte do Ministério do Turismo, principalmente em regiões do Nordeste brasileiro.
Nos sentimos desvalorizados e desconsiderados pelo Grupo Boticário, uma empresa que se vangloria em valorizar a diversidade em suas campanhas, mas que claramente falhou nesse caso.
Reforçamos a importância de um diálogo prévio com a comunidade local, respeitando nossos valores e a luta constante pelo combate ao turismo sexual. Nós, enquanto Conselho Comunitário e Associações de Caraíva, exigimos um posicionamento claro do Grupo Boticário quanto a essa situação e esperamos um pedido de desculpas público pelo ocorrido.
Esperamos que essa situação seja um aprendizado para o Grupo Boticário e uma oportunidade para que revejam seus processos internos, garantindo que suas futuras campanhas reflitam os valores de respeito e inclusão que tanto propagam.
Reiteramos nossa disposição em colaborar e coexistir em harmonia com parceiros comerciais, desde que haja respeito mútuo e consideração pelas comunidades locais.
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NOTA DE REPÚDIO
AO GRUPO BOTICÁRIO – FLORATA ROMANCE DE VERÃO
O Conselho Comunitário e Ambiental de Caraíva (CCAC) e a Associação do Nativos de Caraíva (ANAC), manifestam espanto, surpresa e descontentamento pela ação criada pelo Grupo Boticário que vai de total desencontro com as tradições e culturas locais do vilarejo de Caraíva.
O vilarejo de Caraíva, datado de 1530, tendo sua estrutura antiga protegida pelo Instituto Nacional do Patrimônio e Histórico Nacional – IPHAN, Instituto Chico Mendes(ICMBIO) por estar dentro de uma área do Parque Nacional do Monte Pascoal e dentro de uma área de Reserva Extrativista (RESEX) tendo clara na legislação vigente que qualquer evento, principalmente se tiver geração de imagens, obrigatoriedade de solicitar autorização da comunidade e dos órgãos competentes mencionados fato que não ocorreu.
Desvirtuar a imagem de Caraíva com uma ação “vaga”, sem conteúdo, que não gera nada de legado positivo ou construtivo, utilizando do nome e belezas naturais do vilarejo sem nenhum propósito só vem a depreciar a imagem local.
Neste verão 2024 que estamos passando o vilarejo demonstrou toda a sua saturação nos serviços básicos como coleta de lixo, água, energia entre outros tão complexos quanto como saúde e educação. Hoje o vilarejo não suporta o fluxo de pessoas que estão visitando, necessitando urgente de um controle de acesso onde uma ação deste tipo nada vem a agregar ao vilarejo.
Solicitamos ao Grupo Boticário a suspensão imediata da ação em Caraíva, bem como, a retirada das mídias de toda e qualquer divulgação deste evento.
Solicitamos aos órgãos responsáveis Instituto Chico Mendes (ICMBIO), Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual as medidas cabíveis conforme legislação vigente, com aplicação de multa e todas as responsabilidades legais envolvidas às pessoas da organização e diretoria do Grupo Boticário.
Solicitamos um retorno sobre o tema com a maior brevidade em até 24 horas.
Respeitosamente,
Caraíva, Porto Seguro/BA, 11 de janeiro de 2024.
Conselho Comunitário e Ambiental de Caraíva – CCAC
Associação dos Nativos de Caraíva – ANAC
Associação Empresarial Caraíva – AEC
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