A economia brasileira enfrenta um cenário desafiador com a desvalorização significativa do real em relação ao dólar neste ano. No último dia 17 de junho de 2024, o real ultrapassou o peso argentino e tornou-se a moeda com pior desempenho entre os países emergentes em 2024, registrando uma depreciação de 10,54% nos primeiros seis meses do ano.
André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, destaca que a incerteza em torno do cumprimento das metas fiscais e a recente mudança na presidência do Banco Central são fatores cruciais que contribuíram para esse cenário adverso. Segundo ele, a instabilidade política e econômica interna tem impactado diretamente a confiança dos investidores e a valorização da moeda nacional.
O Brasil não está sozinho nessa situação. Países como Argentina, Turquia e México também enfrentam quedas expressivas em suas moedas frente ao dólar, refletindo um panorama de desafios econômicos generalizados na América Latina e em outras regiões emergentes.
Aurélio Trancoso, economista, enfatiza que o descumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo governo brasileiro é um dos principais motivos para a desvalorização do real. Ele critica a expansão do tamanho do Estado como um fator que agrava o desequilíbrio fiscal, sugerindo a necessidade urgente de cortes de custos e de uma gestão mais eficiente dos recursos públicos.
A insegurança jurídica e a falta de disciplina fiscal são apontadas por Trancoso como outros fatores determinantes para a perda de credibilidade do Brasil nos mercados internacionais. A consequente desvalorização do real não apenas afeta o poder de compra dos cidadãos brasileiros, mas também compromete a competitividade do país no comércio global, aumentando os custos de importação e minando a confiança dos investidores estrangeiros.
Hélio Lima, diretor comercial na Line Bank BR, ressalta a importância de um ajuste fiscal para restaurar o equilíbrio das contas públicas e fortalecer a balança comercial brasileira. Ele aponta que medidas eficazes são necessárias para conter a inflação e promover um ambiente econômico mais estável e previsível para o país.
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