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Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024

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Convertida e morando em Porto Seguro, ex-prostituta conta dificuldades para ser aceita: "Muita perseguição"

"As pessoas da igreja começaram a falar que eu era 'prostituta do evangelho"

Convertida e morando em Porto Seguro, ex-prostituta conta dificuldades para ser aceita:
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Faz mais de oito anos que Danielle Ângelo Souza Nazário, de 36 anos, ganhou fama ao posar para uma foto sensual em um outdoor anunciando seus serviços sexuais no Espírito Santo, onde atuava como acompanhante de luxo. A matéria foi divulgada no Caldeirão do Paulão.

 
 
 
 
 
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A ex-garota de programa hoje vive uma vida completamente diferente e se desvinculou da imagem de 'Ana Júlia', nome usado, na época, para atender seus clientes.

Agora, convertida à religião evangélica e morando em Porto Seguro, na Bahia, Danielle se dedica à costura e se declara feliz com a nova caminhada. No entanto, para ela, não foi fácil ser aceita pelos fiéis.

Em entrevista, Danielle contou sobre seus esforços para se desvincular à vida da prostituição e à imagem de 'Ana Júlia'. No início, quando começou a frequentar a igreja, ela ainda tinha os costumes da "antiga Danielle", mas decidiu deixar para trás o estilo de vida, o que acarretou em duras críticas por parte de pessoas da igreja. 

"À princípio, logo no início, na igreja, fui bem acolhida. Só que depois, conforme Deus ia me pedindo para renunciar algumas coisas, deixar de viver da maneira que vivia, tive que remover prótese, renunciar minha forma de vestir, que era bem sensual. Hoje não me visto como as demais pessoas", conta.

"As pessoas da igreja começaram a falar que eu era 'prostituta do evangelho', que eu queria ser mais santa que todo mundo, começaram a me criticar bastante, enfrentei bastante perseguição de gente de dentro da igreja. Não são todos, não estou generalizando, mas enfrentei muita perseguição", completou.

Os comentários negativos vinham também de internautas. "Recebi muito 'hate' na internet, palavras que vinham para me machucar, me abater, falando que eu não iria durar e que estava na igreja para ganhar dinheiro (...) mas só Deus sabe as lutas que passei", contou.

A ex-acompanhante fazia vários "programas" por dia e chegava a faturar até R$ 60 mil por mês. Isso rendeu em uma vida de luxo com casa, carro e próteses nos seios. A saída da antiga função trouxe, consequentemente, uma brusca mudança financeira.

"Hoje, minha vida é bem mais simples. Estou morando de aluguel, estou sem carro. Hoje sou costureira, também tenho um canal no YouTube e às vezes dou faxina. A minha vida mudou muito, eu cheguei a dever mais de R$ 130 mil na época em que eu me converti, eu fiquei muito endividada. A minha mudança, em relação ao financeiro, doeu bastante (...) Às vezes vou no mercado com dinheiro contado. É bem diferente, mas é uma vida que me traz paz", declarou.

Questionada se sente falta da liberdade financeira, Danielle admite que sim, mas garante estar satisfeita com a nova vida que leva.

"Isso dói bastante, mas não compensa, não. Botando na balança não compensa, não, por tudo que eu passava e vivia não compensa. Hoje é muita diferença financeira mesmo, mas o Senhor supre todas as necessidades. Todas mesmo", assumiu.

Sobre as críticas, ela afirma ainda receber algumas. Segundo ela, os comentários negativos a deixaram bastante abalada e em estado de depressão, mas isso já é passado.

"Eu fui entendendo que o problema não sou eu, claro que tenho problemas, mas preciso lidar com os meus (...) Hoje eu não ligo mais. Entendo que, aqui, nessa terra, estamos para ser criticados", afirmou.

"Na prositutição eu era super aplaudida, claro que tinha muitas pessoas que criticavam, mas a maioria aplaudia o que eu fazia, e hoje, eu tentando ter uma vida 'certa', as pessoas de dentro da igreja vêm criticar. É muito difícil porque você espera que as pessoas de dentro da igreja te apoiem, e não é assim. Muitas vezes recebemos [apoio] de pessoas de fora, de pessoas que estão no 'mundo'", desabafou.

Danielle também falou sobre as amizades que fez quando ainda era garota de programa. Ela conta que recebeu grande apoio por parte dessas mulheres.

"Independente de ter conhecido elas 'no mundo', não tenho preconceito, nem elas têm de mim também. Muitas das vezes, momentos em que eu não tive nada aqui, nem pra comer, já me ajudaram. Então eu sou muito grata. Muito grata mesmo", completou.

Durante a prostituição, Danielle também se drogava. Demorou cerca de um ano para que se livrasse do vício. 

Apesar das dificuldades financeiras e das críticas, a atual costureira tem orgulho da vida que leva e sequer pensa em voltar a ser 'Ana Júlia'.

 

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